Em
novembro de 2015, houve o rompimento de uma barragem de rejeitos em Mariana/MG,
no distrito de Bento Rodrigues. Segundo os dados, aponta-se cerca de 50 a 60
milhões de metros cúbicos de lama despejados na natureza, matando 19 pessoas,
desalojando moradores de várias casas que foram destruídas e afetando grande
parte do ecossistema do local, impactando diretamente o Rio Doce. Em janeiro de
2019, ocorreu um outro rompimento de barragem, em Brumadinho/MG, considerado o
mais letal registrado do setor de mineração do Brasil e um dos maiores
desastres ambientais do país. O total de vítimas localizadas foi de 241 pessoas
e outras mais ainda estão desaparecidas.
Esses
casos são um dos vários que assolou Minas Gerais, sem contar com aqueles que
envolvem a falta de infraestrutura nas cidades, como tem acontecido em várias
regiões devido aos alagamentos ocasionados pela chuva, os que remontam a
irresponsabilidade de órgãos fiscalizadores, como aconteceu recentemente em
Escarpas do Lago, em Capitólio, quando um cânion se desprendeu das rochas e
caiu sobre uma lancha, sendo que o período de chuvas tornava o lugar inadequado
para a visitação. São muitos os exemplos que indicam a falta de atenção, planejamento,
responsabilidade e compromisso dos governantes de Minas Gerais e em todo o
Brasil, visto que esses casos não são exclusivos do estado.
É
necessário que se reflita sobre as políticas adotadas pelas administrações governamentais
diante de tais acontecimentos, como no quesito de inspeção dessas empresas que
acabam por gerar prejuízos incalculáveis para toda a sociedade e meio ambiente.
Uma vida não pode ser recompensada com quantias de dinheiro, essa não pode ser
uma prática rotineira para que os responsáveis saiam impunes da dor que
causaram. Deve-se fazer uso da justiça para que novos casos não voltem a se
fazer presentes. O Brasil possui recursos e mecanismos para que tais desastres
sejam evitados, falta apenas a boa vontade para seu uso. Por exemplo, a maioria
das barragens de rejeitos de Minas Gerais é feita por uma parede de terra e é
cada vez mais ampliada para cima, sem levar em conta com os riscos que pode oferecer
caso rompa. Em 2019, ano da tragédia em Brumadinho, medidas foram tomadas para
que se evite o uso delas, proibindo assim, a construção de novas barragens que
utilizem desse modelo. A Vale, maior responsável por esses desastres, prometeu
que irá abandonar cerca de 10 estruturas que seguem esse método. Ou seja,
esperou-se que o pior acontecesse para que fosse feitas alterações em
estruturas críticas.
Através
de pressões populares, grande destaque na mídia nacional e internacional,
certas políticas começam a se valer, mas ainda são escassas e pequenas em meio
a dimensão do perigo que a falta de regularização e manutenção oferece ao
Brasil.
Uma
chuva, uma ventania e alguns casos de deslizamentos, são obras da natureza, mas
quando qualquer pessoa morre devido a esses fatores, deve ser considerado como
descaso público. O governo deve ter o compromisso com a qualidade e o bem estar
de cada vida que protege. Por isso, mais do que nunca, depois de tantas
tragédias, é necessário que se faça ainda mais cobranças aos órgãos
governamentais de verificação e apuração, sejam eles de pontos turísticos que
podem trazer risco a vidas, de barragens que não são seguras e muitas outras regiões
que oferecem ameaças aos seus moradores. Investir em políticas públicas e
sociais são de extrema importância para que medidas sejam tomadas diante a esse
cenário desesperador de negligência que se vive no Brasil.
Texto e imagem por: Rafaela Teixeira Nunes
Revisão e postagem por: Débora Sara de Andrade Mota
REFERÊNCIAS:
CORDEIRO, Tiago. Por que o Brasil tem tantas barragens perigosas? Guia do Estudante, 2019. Disponível em.: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/por-que-o-brasil-tem-tantas-barragens-perigosas/. Acesso em.: 17 de janeiro de 2021.
FREITAS,
Raquel. Tragédia de Mariana, 5 anos: sem julgamento ou recuperação ambiental, 5
vidas contam os impactos no período. Disponível em.: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/11/05/tragedia-de-mariana-5-anos-sem-julgamento-ou-recuperacao-ambiental-5-vidas-contam-os-impactos-no-periodo.ghtml.
Acesso em.: 17 de janeiro de 2021.
Comentários
Postar um comentário