Djamila
Ribeiro
Djamila
Ribeiro nascida em Santos, São Paulo, é uma filósofa, feminista negra,
escritora e acadêmica brasileira. É pesquisadora e mestra em Filosofia Política
pela Universidade Federal de São Paulo. Tornou-se conhecida no país por seu
ativismo na Internet, atualmente é colunista do jornal Folha de S. Paulo. Foi
secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo,
participou do grupo Promotoras Legais Populares (PLPs). Em 2018 entrou para a lista
das cem pessoas negras mais influentes do mundo com menos de 40 anos distinção
apoiada pela ONU, além vários outros prêmios internacionais.
Sobre
o livro:
Ao
longo do livro a autora reflete sobre diversos âmbitos do racismo, em especial
no Brasil, como apropriação cultural,
ultrassexualização da mulher negra, violência contra o negro e criminalização
da pobreza. Ela inicia a escrita falando sobre um fenômeno
historiográfico que muito influenciou, e ainda influencia, o racismo estrutural
brasileiro que é a história constantemente ser contada do ponto de vista dos
vencedores. Muitas vezes ao longo do ensino de história na educação básica, e
em alguns casos até nas graduações, a história tende a ser eurocêntrica e factual
não buscando apresentar o ponto de vista das minorias causando um apagamento
histórico.
Djamila apresenta no livro como a sociedade
contemporânea continua a contribuir com o racismo estrutural iniciado no Brasil
colônia, presente em toda a história brasileira até os dias atuais muitas vezes
sendo visto da mesma forma. A autora ainda trás para discussão as diferenças
entre o racismo brasileiro e em outros países visto que existe uma mentalidade
ainda presente sobre o racismo no Brasil ser mais brando, algo que vem sendo
reforçado desde o início do século XX pela democracia racial.
Muitas vezes o sujeito não percebe que está sendo
racista por ser algo estrutural da sociedade, mas a autora afirma que se você
foi criado em uma sociedade racista você é racista. E que para perceber isso é
necessária uma revisão crítica e profunda para aceitar e assim poder ir contra.
Djmila muitas vezes trás no livro sua própria vivencia
como pessoa negra falando sobre seus aprendizados em história na época da
escola, sobre sua autoestima e a falta de representatividade nas mídias e
dentro dos textos lido por ela na graduação. A autora debate no livro a
importância de ao perceber discursos como o dela seja necessário ao sujeito
branco perceber seu lugar de privilegio e buscar cada vez mais abrir mão disso
abrindo espaço, em todos os âmbitos seja nas escolas, nas universidades, no
trabalho, para que a igualdade racial seja alcançada. E assim excluir o
discurso da democracia racial e da meritocracia tão presente em nossa sociedade.
Djamila também cita sobre a questão trabalhista e como
as qualificações esperadas de um funcionário em um alto cargo muitas vezes não
são acessíveis a pessoas pretas ao longo de suas vivencias. Fazendo assim com
que os sujeitos não tenham as mesmas oportunidades. E ainda assim a autora
ressalta que mesmo quando conseguem alcançar o ensino superior não se enxergam
nas obras trabalhadas e quando buscam fazer suas próprias obras sofrem
apagamentos, assim como os que vieram antes.
A obra se mostra resumida e assim como a autora a
descreve um manual para adentrar debates mais complexos, dessa forma a autora
perpassa por diversos aspectos do racismo na sociedade brasileira desde suas
raízes até suas consequências e influencias na contemporaneidade. Uma discussão
necessária e essencial para que possam alcançar uma sociedade mais igualitária.
Texto e imagens por: Millena Rezende
Revisão e postagem por: Débora Sara
Comentários
Postar um comentário