
São Paulo: MartinsFontes, 2013.
Bell
Hooks apresenta sua construção intelectual e as poucas possibilidades
profissionais que as mulheres negras tinham em sua época. Expõe como a educação
instiga e impulsiona a luta antirracista assim como a incita a possibilidade de
modificação social. Entretanto em seu trajeto continuava a deparar-se com uma
estrutura racista, que tentava inviabilizar a sua intelectualidade e barrar o
fomento do processo de aprendizado, encaminhando-o para uma escola bancária,
explicada por Paulo Freire; a qual percebe o aluno como um depósito de
informações passivo e acrítico.
Ao
se deparar com essa situação e a hegemonia branca, a autora aponta que perdeu o
interesse por estudar e aprender, desmotivada da luta política. Isso a
acompanhou durante a escola e a graduação e pós graduação, comprovando o
sistema racista que o Estados Unidos está apoiado até os dias de hoje.
Na
universidade teve contato com a obra de Paulo Freire, sendo esse um importante
intelectual para sua formação pedagógica e crítica. A educação para libertar “estimular o
entusiasmo era um ato de transgressão” (HOOKS, 2013, p.17). Entretanto, durante
sua jornada pedagógica encontrou situações, descritas no livro, que estavam
longe de ser ideais, assim como a dificuldade de implementar algumas
transgressões que gostaria, com os diferentes públicos com quem dialogava e
lecionava.
Durante
a narrativa, entra em diálogo com alguns pensadores, Paulo Freire, Martin
Luther King e o monge Thich Nhat Hanh, a qual explica que seu trabalho
impulsionou a pensar sobre modos de ensinar que “põe em evidência a
integridade, uma união de mente, corpo e espírito” (HOOKS, 2013, p. 26) Esse
equilíbrio exposto, deve promover um equilibro do professor e ao atingir essa
meta poderá ser mais efetivo nos processos educacionais, assim como os alunos. Esse
processo pode ser dificultado pelos meios alienantes produzidos pelo capitalismo,
principalmente com a adequação dos alunos ao mercado de trabalho, por isso a
relevância do senso crítico.
É
imprescindível o papel do aluno na pedagogia libertadora, como aponta Bell,
“valoriza a expressão do aluno” (HOOKS, 2013, p.34)
Posteriormente,
relembra os processos de apartheid dentro da escola, mesmo sendo um ambiente
inter-racial. Conta sua amizade com um garoto branco e das inúmeras
problemáticas que desenvolveram-se por esse fato.
Critica
a exploração de classe, a objetificação das pessoas e do crescente
imperialismo. “Nos ensinam a crer que a dominação é “natural”, que os fortes e
poderosos têm o direito de governar os fracos e impotentes” (HOOKS, 2013, p.43).
A autora coloca como esse processo de dominação ainda é falsamente assimilado
pelos progressistas, que rompem parcialmente com esse sistema alienante. Além
disso, aponta a urgente necessidade de transformação dos meios em que convive.
Logo,
tece sua narrativa com elementos empíricos de suas experiências pessoais,
contrapostos a análises político-sociais. Em toda a obra trabalha exemplifica
motivos e opções para transgredir; na luta antirracista, na emancipação
feminina e também nos ambientes escolares, foco principal analítico do livro.
Comentários
Postar um comentário