“São
João, São João, ascende a fogueira do meu coração”
Fogueira,
bandeirinhas, quadrilha e canjica são algumas das várias imagens que nos vem em
mente quando pensamos a Festa de São João, comumente realizada no Brasil todo.
Mas, raramente nessas ideias que temos sobre a festa, pensamos no principal
santo cultuado nela: São João Batista. Portanto, voltar às suas origens, e como
ela chegou ao nosso país é fundamental para percebemos os aspectos religiosos
da festa junina.
Em
junho muitos povos antigos como egípcios e celtas realizavam celebrações para
as boas colheitas e crescimento saudável das plantas, e as fogueiras serviam
para espantar os espíritos que poderiam prejudicar as plantações. Com o
crescimento do cristianismo, essas festas foram consideradas pagãs, mas ao não
acabarem mesmo sendo consideradas proibidas, a Igreja Católica incorporou
alguns de seus rituais, inclusive o dia de São João Batista marca o solstício
de verão, e a fogueira que antes era associada ao pecado, passou a se associar
à purificação e ao nascimento de São João.
Esse
santo ganhou uma data para a celebração própria ainda no século IV: o dia 24 de
junho. Os outros santos associados à festa junina como São Pedro e Santo
Antônio só ganharam uma data de celebração no século XIII, ficando estabelecido
os dias 29 e 13 respectivamente. Como essa celebração foi incorporada pela
Igreja Católica, ela chegou ao Brasil no período colonial trazida pelos jesuítas
e utilizadas nos métodos de conversões indígenas, e com o passar dos anos foi
se modificando a partir das especificidades locais. Na região de Minas Gerais,
por exemplo, essa festa se caracteriza por se mesclar com aspectos do espaço
rural, portanto nas escolas as crianças vão vestidas de jeca.
Assim, direcionaremos
nossa atenção à cidade de Divinópolis, e mais especificamente à comunidade do
Choro. Nesta, a Festa de são João é realizada há mais de três décadas, e o mais
interessante é que sua organização é responsabilidade da mesma família. Esse
tempo todo! A grande comemoração acontece no dia de São João, mas há uma
preparação anterior, reunindo muitos moradores para preparar as bandeirinhas e
claro, o que não pode faltar: a comida típica da festa. Já no dia 24 rezam-se o
terço, erguem a bandeira do santo e logo depois a festança acontece com muita
dança. Evidenciando a mistura de oração com muita diversão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FERREIRA, J. H; AZEVEDO, F. L. M. de;
AGUIAR, A. A; ALMEIDA, R. L. de D; MOURA, K. W. S; MARTINS, M. I. de A; MOURA,
M. H. S; SOUZA, L. O saber que se materializa nas festas e bênçãos religiosas:
uma experiência com educação patrimonial. Anais
do 11º mestre e conselheiros: educação para o patrimônio, 2019.
RANGEL, Lúcia Helena Vitalli. Festas Juninas, Festas de São João:
origens, tradição e história. São Paulo:
Publishing Solutions, 2008. Disponível em: https://docplayer.com.br/1630392-Festas-juninas-festas-de-sao-joao.html.
Acesso em: 10 jun. 2021.
IMAGENS:
Portal EmRedes.
Comentários
Postar um comentário