“Um menino que fazia gols
em preto e branco”. Assim ficou conhecido o jogador de futebol Ubaldo Miranda. Para
os amantes de futebol esse nome não é estranho. Trata-se de um dos maiores
craques da história do Atlético Mineiro. Ele se tornou famoso por aderir à
mística atleticana: os gols impossíveis de maneiras improváveis, a simplicidade
e o sorriso sempre presente.
O que muitos não sabem é
que o craque Ubaldo Miranda é de Divinópolis. Na infância, o garoto encantava
as ruas da cidade com sua correria atrás da bola e desejo de se tornar um
grande craque profissional. Na década de 1930, as ruas de Divinópolis viviam
vazias e a Avenida 1° de Junho tornou-se
palco para os dribles do menino. De família humilde, sempre que era questionado
sobre os estudos Ubaldo respondia: “Quero escola não, pai. Vou ser
jogador”. Aquilo parecia um sonho
utópico para o contexto histórico-social da época.
O sonho se tornava ainda
mais distante quando se colocava em pauta que Ubaldo Miranda era negro. O
garoto nunca era o “dono da bola” nas “peladas” de rua e o preconceito sempre o
acompanhou nessa jornada do futebol. Mas quando Divinópolis constituiu uma
tradição no esporte e formou uma equipe profissional, Ubaldo estava ali como
titular absoluto. Mas aquilo ainda não era o bastante para o menino sonhador.
Ele almejava fazer parte daquela equipe da capital fundada em 25 de março de
1908, o Clube Atlético Mineiro.
O tempo passou e Ubaldo
mostrou para a população divinopolitana o seu lugar no esporte. Com muita
dificuldade e persistência, no ano de 1950, Ubaldo estreou na equipe titular do
Atlético. Isso mesmo! O sonho daquele garoto de jogar em time grande da capital
tornara realidade em alguns anos. Ubaldo se tornou artilheiro da equipe e em
pouco tempo ocupou o lugar de maior destaque no time. Consagrou-se no Galo ao
faturar seis títulos regionais, nos anos de 1950, 52, 53, 54, 55 e 58. Ele
marcou 135 gols em 7 anos.
Assim, Ubaldo Miranda até
hoje recebe homenagens do Clube Atlético Mineiro, como uma publicação recente
sobre ele nas redes sociais oficiais do time. Ele mora em Belo Horizonte e é
aposentado. O craque nunca esqueceu sua origem, nem tampouco da importância do
esporte do interior para a sua carreira e ascensão no mercado do futebol.
Na partida entre os rivais Atlético-MG e Cruzeiro,
Ubaldo marca e corre para comemorar com a bola nos braços e a camisa oito nas
costas, o segundo a sua direita é Zé do Monte. Disponível em <https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/ubaldo-449>
Ubaldo
Miranda é carregado pela torcida atleticana, em seu jogo de estreia, no dia 12
de março de 1950, em que o Galo empatou com o Meridional-MG por 1 a 1. Disponível em <https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/ubaldo-449>
Ubaldo
torcendo para o Galo no Mundial de Clubes, em dezembro de 2013. Disponível em <https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/ubaldo-449>
Texto por: Izabela Gontijo
REFERÊNCIAS:
GUIMARÃES, A. No tempo do Independência. 2. ed.
Belo Horizonte: [s.n.].
ROZENBERG, M. Ubaldo.
Disponível em:
<https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/ubaldo-449>. Acesso em: 4
fev. 2021.
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