Maria Rezende Guimarães nasceu aos
10/11/1936 na Fazenda Perobas, localizada no povoado de Matias, na Cidade de
Cláudio, onde ainda reside. Um fato interessante sobre seu nascimento é que ela
foi registrada no cartório com apenas 03 meses de diferença de sua irmã mais
velha. Mas hoje ela nos conta sobre sua vida como católica morando na zona
rural:
“Quando a gente era pequena nossa mãe
reunia a gente aqui no quarto pra nós rezar, outra hora levava nós pra cozinha.
Lá nós rezava né? Uma hora rezava o terço, outra hora rezava os atos de
contrição. Era assim que a gente usava”. “Não tinha festa de fazer primeira
comunhão, nem nada. Era tudo muito simples. A gente não teve esse negócio de
fazer primeira comunhão, ter festa, ter as coisas diferente. Era comum, nem
tinha catecismo nem nada. Era em casa mesmo que a gente aprendia a rezar, e mãe
que ensinava”. “Depois me parece que teve umas missões em Cláudio, tem muitos
anos mas não sei quando que foi. Foi aí que eu confessei, comunguei”. “Eu fui
sempre católica, sempre ia a missa, sempre confessava, comungava...”
“Aqui a gente ia muito a missa no Matias,
sempre tinha missa lá. As vezes era uma vez no mês sabe? Tinha mês que até
falhava. Era de manhã e a gente ia à missa, nós irmãs, outra hora a mãe também
ia. Ia nós as moças, e as vezes alguns dos meninos. Mas não era sempre, nem
todo mundo. A mãe era muito caseira, quase não saía de casa”. “Era de manhã a
missa, depois é que passou pra de tarde. Aí passamos a não ir muito porque não
tinha companhia pra voltar, e a gente não ficava andando só nós sozinhas. Era
mais perigoso”. “As missas eram todo mundo junto, não tinha separação não”.
“O pai da minha mãe era irmão da mãe do
meu pai, e meus avós eram muito católicos”. “A minha avó as vezes quando a
gente ia lá na casa dela, ela também não passava sem rezar o terço na cozinha.
Era uma fogueirinha acesa, sem ser o fogo do fogão, principalmente no tempo do
frio. Ali a gente rezava o terço. Ela rezava muito bem o terço, contemplava ele
direitinho”. “Ela era uma pessoa muito sábia, direita e gente boa. E lá as
vezes a gente rezava o terço”. Maria conta que sua avó tinha uma ajudante que
era considerada como da família, e sempre rezava com eles: “ela era filha de
escravo, porque a minha avó ainda foi do tempo da escravidão. Aí ela acabou de
criar ela, de primeira usava muito isso. Ela que mandava tudo lá, ajudou criar
os filhos da minha avó e a gente gostava muito dela”.
Hoje
ela acompanha a missa pela televisão mas completa: “quando eu vou em Cláudio e
não vou na igreja eu acho ruim de não ir, sabe?”
Texto produzido por Rafaela Guimarães
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