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Festa de Santa Cruz em Divinópolis

A Festa de Santa Cruz é uma tradição cristã trazida pelos portugueses para o Brasil. A celebração dessa festividade ocorre no dia 3 de maio, quando a imperatriz Helena, mãe do imperador Constantino I, encontrou a cruz na qual Cristo havia sido crucificado, após realizar uma série de expedições em busca de seu paradeiro no século IV. No século XVIII, era costume construir cruzeiros nas partes altas das cidades, pois acreditava-se que a cruz afastaria assombrações e maus espíritos e protegeria a população contra as doenças e moléstias de animais domésticos.

 

Nos cruzeiros são representados os martírios de Cristo por meio de objetos, como: o martelo, utilizado para pregar Cristo na cruz; o alicate, utilizado para retirar os pregos da cruz; a lança, utilizada por um soldado romano para desferir o golpe de misericórdia em Jesus; o Santo Sudário, utilizado para cobrir a face de Cristo; o galo, simbolizando as três negações de São Pedro; e entre muitos outros objetos.

 

Na região do Centro-Oeste mineiro, são várias as festividades que ocorrem em honra e homenagem à Santa Cruz. Em Divinópolis, vários bairros e comunidades da cidade celebram a Festa de Santa Cruz por meio de missas, procissões, terços cantados, ladainhas em latim, fogos de artifício, leilões de biscoitos e quitandas e a tradicional feitura de arcos e bandeirinhas com vários adornos, formatos e formas. Na Festa, celebra-se a dor e a morte de Cristo, mas, ao mesmo tempo, celebra-se o seu ato de dar a sua vida para que a humanidade fosse libertada e perdoada de seus pecados.



Festa de Santa Cruz celebrada no bairro Buritis, em Divinópolis. Fonte: acervo CEMUD



Referências

CORGOZINHO, B. M. S. Na trilha dos cruzeiros. In: Catão, L. P.; Corgozinho, B.M.S.; Ferreira. J.H. (orgs.) História e Memória do Centro-Oeste Mineiro- Perspectivas 3: Confluências entre o urbano e o rural. 1.ed. Belo Horizonte: O Lutador, 2012.





Texto produzido por Keversson Moura


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